sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

O peso de consciência de uma Auto-MÃE-bilista aumenta quando:

ela decide acelerar quando o semáforo fica amarelo, acabando por passar por ele já com a luz vermelha a dar o ar de sua graça... E o seu rico filho grita lá de trás: mãe o sinal está vermelho! Pára!

O miúdo sabe que o verde indica que podemos avançar e que o vermelho nos diz para parar, logo, contrariar na prática o que ele aprendeu é incoerente... Mas acontece(u). E a consciência da mãe pesa-lhe. Alem disso, este blogue tem o nome que tem e isso exige um maior cumprimento das regras de trânsito. Bolas.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Dia dos namorados: para dizer a verdade...

... já houve anos em que o comemorei sem ter namorado e anos com namorado sem um brinde sequer. Não posso dizer que não gosto do dia dos namorados, o que não gosto é de comemorações por obrigação, por imposição do calendário. Apenas isto. Logo, há anos em que comemoro à grande, outros não. 
As relações não são lineares nem constantes, logo nem sempre o dia 14 de Fevereiro é um dia feliz e harmonioso entre o casal. Não quer isto dizer que, passada a tempestade, não se comemore o amor, a relação e o futuro. Assim sendo, e não querendo denunciar mais o estado da (minha) nação, o presente para o meu namorado este ano é uma folha com a seguinte pergunta:

O que é que achas que podemos mudar na nossa relação para sermos felizes mais vezes e para nos chatearmos menos vezes? Queres ir jantar um dia destes, beber um copo de vinho, petiscar qualquer coisa, regressar a casa sem hora marcada, dizer o que te vai na alma e ouvir o desatino que vai na minha? 
(Os últimos meses têm sido duros).

Às vezes penso que não nasci para isto (de uma relação)... Mas depois, quando penso no futuro, quando equaciono ter outro filho, quando imagino jantares de família, quando sonho com uma casa térrea num terreno tosco com um jardim desalinhado, quando fantasio com viagens numa auto-caravana, penso nele. No meu namorado.

Atualização: Ele convidou-me para almoçar, questionei-o e combinámos uma saída a dois. Foi um dia feliz para nós. :)

Agora eles (os pequenos) e o Dia dos Namorados.
A miúda ontem mostrou-me, orgulhosamente, o postal que fez para a mãe, com uma frase escrita por ela. Disse-me também que "um miúdo lá da escola" gosta dela por amor. (????)
E tu gostas dele? - perguntei.
Achas!? Nós não somos amigos, lutamos muito, ele sabe que eu sou muito forte, por isso é que gosta de mim. Achas que posso gostar dele!? - respondeu-me com ar de desdém.
Ohhh pá, sempre ouvi dizer que quem desdenha quer comprar. Começa cedo!

O miúdo hoje ficou com a Ama e esta pediu-lhe para ele ficar a namorar a neta enquanto ela ia à cozinha, uma vez que hoje é o dia nos namorados.
Não posso, namoro com a minha mãe e com o meu pai - respondeu-lhe muito convicto.
Ontem viu a prima oferecer um postal à tia, hoje baralhou-se com isto do namoro e do dia dos namorados.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

A brincar é que a gente (pequena) se entende #19 - Quando for grande quero uma escola que faça assim ou... quero uma escola que faça assim enquanto o meu filho for pequeno

Já escrevi que a escolha do Jardim de Infância não foi pacífica. Que o Jardim de Infância que ele frequenta não foi a minha primeira opção. Já  lamentei e reclamei (muito) porque o Jardim de Infância que ele frequenta não tem espaço exterior.
Está na hora de repensar as decisões tomadas anteriormente e começar a pensar em alternativas. E por falar em alternativas, hoje deparei-me com uma notícia publicada no Jornal Público que fala do "Projecto de educação ao ar livre Limites Invisíveis que leva crianças do ensino pré-escolar a passar os dias na Mata do Choupal. E não há mau tempo que assuste, aliás, com chuva até é mais divertido".

 Imagem integrante da notícia retirada daqui

Lembro-me de um professor falar de uma escola na Finlândia (julgo que era na Finlândia) que não tinha muros, nem vedações, nem limitações. Que as crianças andavam livremente pelo espaço que circundava a escola. Apesar de a ideia me agradar, coloquei várias questões: como é que se controla? como é que garantimos que nenhuma criança se vai embora? como é que garantimos que ninguém leva nenhuma criança? Responsabilizando? Criando regras em conjunto? Supervisionando? Tendo mais recursos humanos?...Este projeto proporciona essa liberdade com alguns receios contemplados e assumidos, mas contornados e desmistificados (foi a ideia com que fiquei). Gostava muito de experimentar um projeto deste género, nem que fosse como encarregada de educação. Não sendo possível, acho que todos os Jardins de Infância e escolas deveriam proporcionar, todos os dias, algumas horas de brincadeira espontânea ao ar livre e a exploração livre do meio ambiente.
O aumento da quantidade de roupa para lavar é apontado como um ponto negativo, mas mais negativo ainda, na minha opinião, é um bibe que regressa a casa 5 dias depois de sair sem uma nódoa de terra, de lama, de tinta. É (também) por isto que procuro alternativas viáveis.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Ensaio sobre a Inclusão

Vamos supor que o diálogo descrito abaixo é real. Não foi exactamente neste contexto, mas deparei-me com uma situação semelhante nos últimos dias.
- Vê lá tu que na terra dos meus pais há espectáculos inclusivos para crianças. - dizem-me.
- Inclusivos!? Porque é que dizes que são inclusivos? O que é que fizeram? Como é que fizeram?
- Existem 3 espectáculos calendarizados, um deles é objetivamente direcionado para um público especial. Existe mesmo uma referência a esta situação.

Para começo de conversa, não sou educadora, não sou professora, muito menos especialista em Educação Especial. Concluí uma licenciatura em Educação Básica (tronco comum para educadores e professores do 1º e 2º ciclos; se quiser ser Educadora e/ou Professora terei de concluir um mestrado profissionalizante) e uma Pós Graduação em Proteção de crianças em perigo e intervenção local. Tudo junto, profissionalmente falando, é uma mão cheia de nada. A nível pessoal, tenho muito orgulho em ter esta formação, independentemente se concordo ou discordo com a estrutura dos cursos, independentemente de terem sido boas ou más escolhas. Assim sendo, os conhecimentos que tenho sobre este assunto advêm, essencialmente, da formação que tenho, o que é redutor. É um assunto que me interessa muito, mas dizer que tenho conhecimentos aprofundados acerca do mesmo, é falso. Posso dizer-vos que o assunto Inclusão foi debatido várias vezes durante a licenciatura (principalmente no 3º ano), no entanto não tive nenhuma Unidade Curricular de Educação Especial/ Necessidades Educativas Especiais (NEE). Só frequentei uma Unidade Curricular de Necessidades Educativas Especiais como aluna externa de mestrado (fiz apenas 3 UC's do mestrado, falta muito para o concluir). Em relação à Pós Graduação, tive algumas Unidades Curriculares que abordaram o tema Inclusão e NEE.
Em relação à minha atividade profissional, sou rececionista e administrativa. Deparo-me com famílias que sentem na pele a falta de apoio ao nível da saúde e revolto-me com isso. Mas não tenho (com muita pena) um papel propriamente ativo na resolução das situações problemáticas.

Voltando ao diálogo lá de cima, é como dizer que uma escola é inclusiva porque tem uma turma específica para crianças com necessidades educativas especiais. Isto não é Inclusão. Se um filho meu tivesse uma necessidade específica (temporária ou permanente), gostaria que criassem condições que permitissem inclui-lo numa turma dita normal/regular, em que as diferenças e/ou as dificuldades fossem vistas como motores de aprendizagem para todos e não como fatores impeditivos.
-É difícil? Claro que é. Muito.
-Os professores não têm culpa. Ninguém escreveu isso aqui.
-O sistema tem de mudar. Claro que tem, a muitos níveis.
-O número de alunos por turma deve ser reduzido. Concordo (há quem defenda que é uma falsa questão).
-E a formação dos professores é suficiente/adequada? Acho que não. E nem estou a falar na área de Educação Especial/Necessidades Educativas Especiais, mas sim na área de criação de estratégias para um ensino diferenciado - os alunos são todos diferentes, logo as estratégias a utilizar devem ser diferentes.

...
Este assunto merece discussão pública urgente. Não para criticar ninguém, mas sim para promover uma tempestade de ideias. Para cada um dar o seu parecer, para ouvir o argumento do outro, para ouvir as famílias, para contra-argumentar, para selecionar medidas em conjunto, para listar dificuldades, para encontrar alternativas... Para fazer (mais) qualquer coisa, bolas! Todos temos de estar envolvidos nisto. Isto começa por ser um problema individual e familiar, mas também é um problema social, cultural, escolar, profissional... Quando é que estaremos prontos para fazer algo grandioso a este nível? Em conjunto: escola, pais, comunidade, autarquias, entidades oficiais e competentes...

Imagem retirada daqui.

Não somos todos iguais, não gostamos todos das mesmas coisas, não temos todos o mesmo ambiente familiar, não trazemos na mala das memórias as mesmas experiências, não temos aptidões nem vocações iguais, não temos as mesmas capacidades, não estamos expostos às mesmas oportunidades de aprendizagem. A inclusão não é apenas para crianças que carregam um diagnóstico. É para todos. Assumir isto talvez seja um bom ponto de partida. 

Dizer que um espectáculo é destinado, preferencialmente, a um grupo de crianças com determinadas características/determinados diagnósticos, para mim, é sinónimo de exclusão. Até parece que estou a fazer de advogada do diabo: houve a preocupação em adaptar o espectáculo para públicos especiais e eu estou a apresentar argumentos contra. Mas não. Acredito que com a realização de um espectáculo "diferenciado" criaram oportunidade para alguns pais levarem os filhos sem se sentirem constrangidos, porque os filhos habitualmente fazem mais barulho ou são mais inquietos, por exemplo (bem, o meu também é muito inquieto, nem sei se isto é um exemplo adequado, mas enfim...). Eu compreendo. Mas também acredito que criaram uma oportunidade para os discriminar ao "dizer-lhes" que devem ir para aquele espectáculo específico e não para outro. 
Admito que o meu ponto de vista pode estar errado, que podem existir objetivos específicos que eu não estou a alcançar, que a intenção é boa. Eu é que não compreendo bem a sua finalidade, não estou convencida porque encontro mais pontos negativos do que positivos.

No final desta reflexão (não passa muito disso) resta-me concluir que temos muita estrada a percorrer até conseguirmos que estes pais não se sintam constrangidos em situação alguma, nem durante um espectáculo, nem em nenhuma outra situação. Porque a nossa capacidade de inclusão e de compreensão tem de ser melhorada. 
E sobre esta prática, que eu relatei, devemos reter que houve uma preocupação clara no que respeita a inclusão. Isto pode, inclusive, levar-nos a práticas bastante vantajosas no futuro. É por isso que a discussão pública é importante: um apresenta uma sugestão, outro acrescenta uma etapa, outro contra-argumenta... No final chegar-se-ia a algo melhor para todos. Quase de certeza. Como é que isto pode ser feito? Localmente? Regionalmente? O que é que se está a fazer atualmente nesta área? São questões que (me) coloco.

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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Olá Fevereiro de 2017

És o mês mais pequeno do ano. És o último mês completo de Inverno. És o mês da minha avó. És o mês do meu irmão com o qual não tenho qualquer contacto há alguns anos, mas não me esqueço, para mim o seu nascimento continua a ser motivo de comemoração, desejo-lhe o melhor. És o mês do Carnaval, voltei a divertir-me nesta altura (também) por causa da (ainda) mini pessoa que me calhou. Este ano, para mim, simbolizas o início. Espero de ti o melhor. Quero redefinir objetivos. Bem-vindo Fevereiro de 2017, recebo-te assim.


E já que entrei em 2017 há pouco tempo, peço-lhe saúde. Muita. Este ano e sempre.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Adeus meu querido mês de Janeiro de... Olá 2017

Não cumprimentei 2017 quando a maioria cumprimentou, é importante respeitar o tempo de cada um, logo, resolvi respeitar o meu. Foi um início de ano conturbado, estranho, nada festivo: familiares de pessoas conhecidas que morreram; chegaram-nos notícias indesejáveis; sentimos na pele atitudes «desprezíveis...
Protelei a entrada em 2017, mas agora estou pronta. Tenho a sensação de que este será um grande ano, talvez por isso decidi excluir estes primeiros 31 dias do calendário. A partir de hoje é a sério: entrei em 2017. Não faço ideia do que ele me reserva, mas já iniciei a caminhada.

Imagem retirada da Internet: Fonte desconhecida