quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Grandes livros para pequenos leitores #17 - Os três primeiros livros que requisitámos na Biblioteca

Desde há um ano/um ano e meio que vamos à Biblioteca. No Inverno vamos mais vezes, no Verão gostamos mais de apanhar ar no jardim ou no parque. Sempre que passamos perto da Biblioteca, ele liga o pisca na sua direção. A semana passada fomos aos CTT e no caminho encontra-mo-nos com ela. Entrámos. Ele gosta do espaço pela quantidade de livros, mas principalmente pela casa de madeira, pelos colchões no chão e pelo crocodilo de pano gigante que lá habita - ele desarruma e folheia livros, mas acho que a casinha de madeira é a sua perdição. Pela primeira vez requisitámos livros. Três. Como temos um prazo para os devolver (avisei-o de que os livros não são nossos) quando decidimos ler um, lemos todos. Ele pede sempre para lermos os três por uma ordem específica.

1 - O primeiro livro que ele pede para ler é sempre este:


A mãe e o Hugo fazem muitas coisas juntos, mas um dia a mãe tem coisas para fazer sozinha (telefonemas, responder a e-mails; já vivi este filme na primeira pessoa) e o Hugo tem de arranjar algo divertido para fazer sozinho. E arranja: prepara uma surpresa. Julgo que ele se identifica com os acontecimentos relatados neste livro, talvez por isso seja sempre o primeiro que ele pede para ler. Chama-lhe "Gosto de brincar com a mãe".
A Mamã e Eu é o título do livro, é de Emma Chichester Clark, da Editora Caminho.

2 - Adorei encontrar/conhecer o segundo livro. Se a escolha do primeiro livro requisitado na Biblioteca tivesse sido planeada,  não tinha sido tão assertiva.


Um coelho que adora livros. Um coelho que entra em casa das pessoas às escondidas para ler os seus livros. Um coelho que começa a desviar/roubar livros. Um Coelho Ladrão de Livros que é apanhado em flagrante. Uma hipótese de o Coelho Ladrão de Livros se reabilitar. Como? Incutindo-lhe o hábito de requisitar livros na Biblioteca. E devolvê-los. É uma história muito divertida e mais que adequada à explicação de que temos de estimar e devolver estes livros.
Procura-se Ralfy, o Coelho Ladrão de Livros, um livro de Emily Mackenzie, da Editora Minutos de Leitura.

3 - O terceiro livro é especial. Muito.


"O Baltasar era o melhor urso violinista do mundo. Chamavam-lhe Baltasar, o Grande! 
Um dia, é libertado do circo e inicia uma longa viagem. Diz adeus aos velhos amigos, visita novos lugares e faz novos amigos também. Mas a viagem é longa e os dias estão cada vez mais frios... Conseguirá o Baltasar encontrar o caminho até casa?"
O livro tem pouco texto, as imagens quase que nem precisam dele. Foi conseguido o equilíbrio entre o (pouco) texto necessário e as ilustrações apresentadas. As ilustrações são maravilhosas. É um livro que fala do direito dos animais viverem livremente. Fala de despedidas, de caminhos, de procura e de reencontros. Fala do reencontro com a família. E quando chegamos à ultima página, em que o Baltasar está no seu Habitat natural com os seus familiares ele diz:
- Aqui está o pai - apontando para o maior e mais gordo urso que aparece na imagem; pena aquele "ursinho" usar um biquíni, sinal de que deve ser a mãe; mas a intenção é boa, o pai é que é o grande e o... gordo lá de casa.
- Aqui está a mãe - apontando para o urso mais elegante. Boa, filho!
- Aqui está o Baltazar e a irmã - up´s, falta a irmã. Pode ser a prima?
- Aqui estão os avós, os tios, as primas... as professoras e as Carmos... Esbocei um sorriso enorme quando ele disse isto. Ele está a incluir naquela página, que representa a sua família, a educadora e a Ama. Ele deve achar que todos têm uma professora e uma Carmo (Ama) e que elas devem ser parte integrante da família.
Baltasar, o Grande, um livro de Kirsten Sims, da Editora Orfeu Mini.

Foram estes os três primeiros livros que requisitámos. E agora temos um problema: gostávamos mesmo de ter estes livros na nossa prateleira... Eu sabia que isto de requisitar livros tinha um lado bom e um lado mau: o lado bom existe porque temos acesso a mais histórias; o lado menos bom existe porque não nos contentamos em ficar com elas apenas 15 dias.

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