sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Loucas são as noites...

Depois de ser mãe é que fiquei a saber o que são noitadas a sério. Já o disse, mas volto a frisá-lo: contam-se pelos dedos de uma mão, e ainda sobram alguns, as vezes que dormi uma noite inteira desde que o meu filho nasceu. Por vezes acorda apenas 1 vez durante a noite, adormece logo depois e eu também. Algumas, mesmo dormindo logo depois, faz-me despertar. Outras ainda, mas raras, a coisa complica-se um pouco mais e a noite é muito difícil. 
O miúdo costuma beber água durante a noite. Optámos por colocar, estrategicamente, uma garrafa junto à cama, para não termos de ir à cozinha quando lhe dá a sede. Numa destas noites, em que dormiu ao meu lado, acordou e pediu-me água; ofereci-lhe a água que está na garrafa, muito docemente, falando baixinho; disse-me que não queria beber a água da garrafa; queria beber água no copo. Entre o querer satisfazer-lhe a necessidade e o não querer despertar, mas já estando acordada, fiz reclamações sem nexo em forma de sussurro. O pai ,que estava na sala, veio em meu auxílio e trouxe-lhe um copo de água. Dormimos.
Passados uns dias, antes de dormirmos, falei-lhe sobre este assunto e disse-lhe: filho, a mãe coloca a água na garrafa para não a entornarmos, sem querer, com um esticar de braço mais desastrado, e para a água não apanhar pó. E para não termos de ir à cozinha, porque temos sono, estamos a dormir. Nessa mesma noite fez-me levantar para ir buscá-lo para a minha cama (geralmente vem sozinho), o pai saltou para o sofá. Mais tarde (ainda de noite), senti-o levantar-se; perguntei-lhe onde ia, disse-lhe que era muito cedo, que ainda estava escuro; disse-me que queria o pai. Estranhei, mas tinha tanto sono que lhe disse: vai filho, vai devagar, o pai está na sala. Passados uns segundos voltou para a cama. Não percebi muito bem o que se passou ali... a não ser quando vi o pai entrar no quarto com um copo de água na mão. O sacaninha, depois da nossa conversa, foi pedir água no copo ao pai. Certamente pensou que comigo não se safava. E pensou bem. 

Imagem retirada daqui

Acho que não é preguiça... 
Faço-lhe muitas vontades. Passeamos, mesmo depois de um dia de trabalho e com muitas coisas para fazer em casa. Ficamos mais um bocadinho no parque a pedido dele. Brincamos. Partilho com ele muito do meu tempo e não o lamento, pelo contrário, agradeço poder fazê-lo. Deixo-o observar e mexer no que lhe chama a atenção (exceto dejetos, desculpem lá). Abraço-o quando vou e quando volto. Beijo-o. Pergunto-lhe como foi o dia e espero pela resposta sem pressa. Tento confortá-lo quando está com a birra do sono e não só. Encosto-o ao meu peito e enrolo-o num abraço delicado, quando está incomodado. Incentivo-o. Respeito os medos e não o obrigo a nada. Ajudo-o quando me pede. Amparo-o mesmo sem ele saber que estou na sua retaguarda. Por vezes, repreendo-o, chamo a sua atenção para algo que considero incorreto. Oriento-o. Amo-o. Mas, não lido bem com "caprichos". Não sei se lhe posso chamar capricho, no entanto, esta história do querer beber água no copo, quando até gosta e pede para beber na garrafa, é entendida pela minha pessoa como um capricho. Se tem sede bebe água, certo? Acho que não é preguiça da minha parte, até podia ser, mas acho que não. Ainda assim, hoje vou perguntar-lhe porque é que prefere beber água no copo durante a noite e se quer que passemos a deixar a água num copo com tampa. Vou tentar estabelecer um compromisso com o rapazinho. Vamos ver como corre. 

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